Agricultores que vivem às margens da RSC-287 entre os municípios de Santa Maria e Tabaí exigem a suspensão das notificações de regularização de acessos às propriedades, a anulação das notificações expedidas até agora, uma audiência com o governador Eduardo Leite, acesso ao projeto final de duplicação da rodovia e posicionamento sobre as propostas de alterações feitas por Prefeituras, sindicatos de trabalhadores rurais e o deputado Elton Weber (PSB) no ano passado.
Indignados, eles também cogitam realizar protestos na estrada se o governo estadual e a Concessionária Sacyr não resolverem a situação imediatamente. Desde o mês passado, produtores rurais estão sendo notificados pelo grupo. Os encaminhamentos foram feitos durante audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, de iniciativa do deputado Elton Weber, realizada nesta terça-feira, 27, em Porto Alegre.
Conforme divulgado pela assessoria de imprensa do parlamentar, o encontro terminou sem explicações concretas ou satisfatórias, com críticas a ausência de diretores da Sacyr e do secretário estadual de Parcerias e Concessões Pedro Capeluppi, que enviaram apenas representantes. Mais de cem pessoas entre agricultores, prefeitos e vereadores de Candelária, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Venâncio Aires, Vale do Sol, Novo Cabrais e Tabaí participaram.
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária e representante da presidência da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) na audiência, Juarez Candido, ressaltou que os agricultores levaram hoje um aviso do que vai acontecer se não for tomada uma providência de imediato. “Não é ameaça, mas os sindicatos, a Fetag, estão cansados de segurar os agricultores, de aconselhar para não abrirem as porteiras dos pedágios. Porque é isso que deveriam fazer, quem não atende seus compromissos não pode cobrar”, destacou, alertando para possibilidade de protestos.
Weber salientou que ninguém é contra a duplicação, mas que é inaceitável que os agricultores estejam “no escuro” sobre o que acontecerá e paguem o projeto de acesso do próprio bolso. “É um absurdo não termos ainda o traçado final da rodovia, nem posicionamento sobre as propostas para viabilizar a atividade nas propriedades rurais. E além de todos os transtornos para entrar e sair de suas terras, os agricultores também serão penalizados com os custos?”, questionou Weber.
Durante a audiência, o deputado estadual resgatou o histórico da duplicação que deveria melhorar a vida de todos, mostrou que os agricultores não foram ouvidos e detalhou a proposta entregue ao governo estadual, Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e Sacyr até agora sem resposta. A proposição inclui vias marginais para o deslocamento de moradores, máquinas e equipamentos agrícolas; construção de cruzamentos através de passagens subterrâneas conectando as vias marginais; instalação de passarelas em trecho com alto fluxo de moradores; e construção de rotatórios e acessos as principais comunidades rurais.
Fonte: AI deputado Elton Weber