Presidente da Câmara dá declaração polêmica: “Bombeiro Soares vai estar à disposição do Exército Brasileiro”

Por Carlos Dickow/Folha do Mate

A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires da noite desta segunda-feira, 31, estava perto do encerramento, quando uma declaração polêmica chamou a atenção de quem estava no Plenário Vicente Schuck ou acompanhava a reunião semanal pelo rádio ou plataformas digitais. Último a se pronunciar no período das Comunicações, o presidente do Legislativo, Benildo Soares (Republicanos), afirmou que “a eleição não está acabada, e quem tá falando não tá vendo o que tá acontecendo”.

Ele destacou sua experiência como militar – é bombeiro aposentado – e disse que, se for chamado, vai estar pronto. Na sequência, emendou: “Tá rodando, tá rodando, tá rondando. Vamos esperar para ver o que vai acontecer. Se não acontecer nada, vamos ter que respeitar o resultado”. Também disse que “como militar, 30 anos de farda, rodei este estado do Rio Grande do Sul e não compactuo com as falcatruas que aconteceram. Todo povo brasileiro, até da esquerda sabe, de toda falcatrua que aconteceu na eleição. Está aí, a qualquer momento pode explodir, aí eu quero ver o que vai acontecer. Bombeiro Soares vai estar à disposição do Exército Brasileiro”.

A manifestação do comandante da Mesa Diretora da Casa do Povo foi classificada como “terrorismo eleitoral” pelo colega Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB). “O povo brasileiro quer trabalhar e viver em paz. É preciso aceitar o resultado das urnas e seguirmos em frente. Precisamos de paz, vamos desarmar o coração. Vamos baixar as armas. Chega de fazer apologia a atos de vandalismo e de não aceitação”, rebateu, para em seguida acrescentar: “Tchê, isso é democracia, porque se o Bolsonaro tivesse sido eleito, o lado do Lula estaria chorando. É assim que é, paciência, daqui a quatro anos tem eleição de novo. Façam um bom trabalho e voltem ao poder. Mas não incite a comunidade, porque vai machucar pessoas de bem e isso não agrega em nada para o nosso país”.

Antes de encerrar a sessão, Benildo Soares fez uso da palavra mais uma vez: “Pra encerrar, só para comunicar o colega Elígio, que eu não tô incitando ninguém. Eu, pela minha formação, como militar, na minha formatura, tem um juramente que se faz: Servir, sempre servir, mesmo com o risco da própria vida. E eu vou continuar até o fim da minha vida”.

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