Você já pensou em integrar uma expedição científica para a coleta de fósseis de plantas com cerca de 300 milhões de anos? Poder vivenciar o dia a dia da ciência é a proposta do projeto de extensão Naturalista por um dia, desenvolvido pela Universidade do Vale do Taquari – Univates. As primeiras experiências estão voltadas à área da paleontologia.
Como parte das atividades do projeto Naturalista por um dia, em 2022 a Univates está inovando, realizando atividades de imersão científica voltadas às escolas. Uma das instituições de ensino que está recebendo atividades é o Colégio Sagrado Coração, de Bento Gonçalves, no qual 17 estudantes, ao longo de todo o ano, participam de atividades vinculadas à área.
As imersões estão estruturadas em ações na Univates, na escola e em campo. Nas atividades efetuadas na escola os participantes realizam leituras e estudos preparatórios com as professoras titulares de cada turma. Essa fase é preparatória para os encontros que acontecem na Univates, onde ocorre a observação de amostras, preparação para o campo, coleta e abertura e identificação de materiais.
Recentemente o Colégio Gustavo Adolfo (GA), de Lajeado, também participou das atividades. Foram duas turmas do 2º ano e duas turmas do 3º ano do Ensino Fundamental do Ensino Médio, com 106 estudantes. Além dessa ação, o projeto de extensão Naturalista por um dia realiza as ações de pesquisa previstas no Ateliê Científico com todos os estudantes do GA.
Em agosto, seis estudantes selecionados do Colégio Gustavo Adolfo realizaram uma atividade de campo como parte da imersão científica. Na sequência, eles prepararam o material para a atividade de campo e no dia 12 partiram da Univates para Pantano Grande, onde realizaram escavações paleontológicas. Os materiais coletados foram, depois, analisados na estrutura do Museu de Ciências da Univates.
Conforme o professor André Jasper, que organiza uma das imersões, esses são recursos que servem para divulgar a ciência, promover a educação científica e aproximar os estudantes do Ensino Médio e a Univates.
Para Kelly Vivian, professora de Química no Colégio Sagrado Coração, as atividades desenvolvidas na Universidade são importantes para a prática em sala de aula, sendo uma oportunidade para os estudantes vivenciarem atividades e profissões que somente na escola não teriam chance. “A saída de campo e as atividades práticas em laboratório são o que mais atrai os alunos ‒ a famosa mão na massa, que, muitas vezes, não é possível na escola”.
Fabiane Cristini Konig, professora de Biologia no Colégio Gustavo Adolfo, atua com turmas de Ensino Médio e argumenta que o projeto estimula que os estudantes desenvolvam o pensamento crítico e científico, aprendam a pesquisar em campo, a explorar a literatura, a elaborar projetos de pesquisa, além de aprender técnicas e métodos com os objetos pesquisados.
“Os estudantes aproveitaram muito a prática que vivenciaram no Afloramento de Quitéria, em Encruzilhada do Sul. Eles tiveram uma vivência de estudo, preparo e investigação, se envolvendo muito na atividade. Ficaram felizes, surpresos e curiosos com os fósseis que encontraram e queriam saber o que eram esses fósseis, como identificá-los”, explica.
“Considero muito importante essa parceria da Universidade com a escola”, afirma Fabiane. “Além dos recursos disponibilizados, faz com que o estudante tenha contato com o universo acadêmico, tornando-se protagonista do seu aprendizado, das suas pesquisas e das suas escolhas”.
Próximas imersões
Conforme a coordenadora do projeto, professora Cátia Viviane Gonçalves, em outubro será oferecida a imersão em parceria com o projeto Arqueólogo por um dia e o Laboratório de Arqueologia do Museu de Ciências da Univates. Escolas interessadas em participar das atividades podem entrar em contato pelo e-mail naturalistamcn@univates.br.