Agricultores de Venâncio Aires, Passo do Sobrado e Vale Verde começaram nesta segunda-feira, 5, e devem seguir ao longo da semana, com protestos direcionados ao Governo Federal. As manifestações cobram agilidade no atendimento dos pedidos do agronegócio gaúcho para auxílio aos produtores atingidos após as enchentes e chuvas de maio. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os prejuízos na agricultura chegam a R$ 5 bilhões.
Em Venâncio, agricultores da Capital do Chimarrão e Passo do Sobrado se reuniram na RSC-287, no trevo de acesso à cidade. Segundo Rogério Palhares, agricultor de Linha Coronel Brito, as manifestações seguirão terça, quarta e quinta. “Estamos esperando as promessas. Temos que pagar as contas. Tem gente que precisa de anistia, porque perdeu tudo, casa, galpão e maquinário. Outros perderam a colheita, daí não tem como pagar as contas.” Ainda conforme Palhares, trata-se de um movimento pacífico e que não interrompe o trânsito. Para quinta, 8, ele adianta que haverá um comboio de sete ou oito caminhões e 14 tratores estão confirmados para ir a Porto Alegre, com os demais permanecendo no trevo de Venâncio.
Em Vale Verde, 17 tratores permaneceram durante o dia às margens da ERS-405, no trevo de acesso à cidade. Segundo o produtor de gado e grãos, João Henrique Ohlweiler, a manifestação será retomada na manhã desta terça, 6. “Se quer uma chance melhor para pagar as contas, com mais tranquilidade. Veio uma medida provisória que não ajuda nem 1% da população que foi atingida”, destacou Ohlweiler, se referindo à medida provisória 1.247/2024, que autorizou a concessão de descontos nas parcelas de crédito rural aos produtores do estado, mas não traz perdão de dívidas.
As manifestações nos municípios seguem os atos do movimento SOS Agro RS, que espera reunir até 500 tratores em Porto Alegre na quinta. O ‘tratoraço’ é a terceira manifestação do grupo, que já realizou ações em Cachoeira do Sul e em Rio Pardo, em julho. Ambas resultaram na entrega de pleitos aos ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e para Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta. A principal reivindicação é estancar o endividamento bancário acumulado pelos agricultores gaúchos nos últimos quatro anos devido às extremidades climáticas, o que inclui, portanto, chuvas, enchentes e as estiagens.
