Jovem pesquisa impactos causados pela pandemia nas micro e pequenas empresas de Venâncio Aires

Durante a pandemia de covid-19, muitas empresas tiveram que mudar sua forma de atuar e precisaram se adaptar para manter seu negócio aberto. Em seu trabalho de conclusão de curso (TCC) em Contábeis, a jovem Ayslan Caroline Stumm da Silva, de 25 anos, buscou entender qual foi o impacto causado pela pandemia nas micro e pequenas empresas da cidade de Venâncio Aires.  Ayslan participou de entrevista ao podcast A Voz do Empreendedor, da Terra FM. 

O TCC objetivou identificar o ramo de atividade que mais sofreu no período de pandemia, apontar quais as dificuldades encontradas e destacar como as empresas se mantiveram durante esse período. A pesquisa de Ayslan pode ajudar micro e pequenos empreendedores mostrando como as empresas conseguiram superar os desafios e quais foram as suas maiores dificuldades.

Para a coleta dos dados, foi aplicado um questionário com questões objetivas a 84 micro e pequenas empresas do município de Venâncio Aires, que é onde a autora reside. Após análise, verificou-se que o ramo de serviço foi o mais atingido pelos efeitos do lockdown, tendo mais de 60% das MPEs queda de faturamento durante o período de pandemia e mais da metade das empresas que utilizaram recursos disponibilizados pelo governo para conseguir pagar suas obrigações.

Entendendo os resultados

Das 84 empresas analisadas, 50% são prestadoras de serviço, 41,67% são do ramo do comércio e 8,33% são indústrias. A grande maioria, em torno de 90,5%, são do regime tributário do Simples Nacional, 6% são Lucro Real e 3,5% são optantes pelo Lucro Presumido.

Dentre as micro e pequenas empresas questionadas, 50% ficaram de portas fechadas durante a pandemia e 50% não precisaram interromper suas atividades no período. Das 42 empresas que ficaram fechadas, 19 são do ramo do comércio, 19 de serviço e quatro são indústrias.

A área de atividade que mais sofreu com o tempo de fechamento de lockdown é a prestadora de serviços, que ficou de seis meses a um ano fechada, sem poder exercer suas atividades. Das três empresas que responderam que ficaram seis meses fechadas, duas são da área da educação e uma é do ramo da beleza.

Em relação às empresas que não fecharam durante a pandemia, predominam também as prestadoras de serviços, porém são instituições que podem exercer suas atividades em outra modalidade a não ser presencial, como escritórios contábeis e de advocacia, serviços essenciais como de saúde e veterinária ou financeiras, corretoras de seguro e tele-entrega.

Em torno de 39,3% não tiveram queda de faturamento, mas 19% sofreram uma queda de 60% ou mais. Dentre as empresas pesquisadas, 54,63% utilizaram algum tipo de incentivo do governo. Por fim, o estudo demonstrou que o ramo de serviço foi o que mais sofreu em relação a não poder exercer suas atividades, ficando até um ano fechado, pelo fato de as empresas não conseguirem prestar os seus serviços de forma remota ou on-line.

Em relação à queda de faturamento, os ramos do comércio e de serviços em geral foram os mais impactados. Em torno de 29,7% das empresas tiveram aumento de faturamento, como financeiras, prestadoras de serviços de saúde e comércio de alimentos. Cerca de 60% das empresas encontraram dificuldades em realizar pagamento de obrigações, como impostos, despesas fixas, fornecedores e salários. Com isso, mais da metade das empresas tiveram que utilizar algum incentivo do governo.

Para diminuir o impacto negativo da pandemia, as empresas começaram a apostar nas redes sociais para divulgar seus produtos, mercadorias e serviços, fazendo lives, posts, impulsionando publicações e contratando digitais influencers.

A autora recomenda que sejam feitas novas pesquisas e estudos sobre os impactos gerais que a pandemia trouxe para as empresas, aumentando o número de respondentes para diminuir a margem de erro, realizando-o em outras cidades, de diferentes estados ou com empresas de maior porte e também realizar pesquisa sobre microempreendedor individual (MEI).

Últimas notícias

Podcasts